




Moradores do Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, removeram para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais da comunidade, ao longo da madrugada desta quarta-feira (29), pelo menos 40 corpos de mortos na operação mais letal da história do Rio de Janeiro, realizada pelo governo do estado no dia anterior. Na ação morreram 64 pessoas, entre as quais quatro policiais – dois civis e dois militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais), da Polícia Militar.
Até o momento desta publicação, não havia sido possível confirmar se os corpos levados para a praça constam dessa contabilidade ou se são de outros, o que elevaria o número de óbitos. Segundo os moradores, o objetivo seria facilitar o reconhecimento dos mortos por parentes.
O secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, informou ao g1 que tomou conhecimento dos corpos na praça e que está investigando o que aconteceu. Os corpos estavam na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde se concentraram os confrontos entre as forças de segurança e traficantes. Moradores afirmaram que ainda há muitos mortos no alto do morro.
“Em 36 anos de favela, passando por várias operações e chacinas, eu nunca vi nada parecido com o que estou vendo hoje. É algo novo. Brutal e violento num nível desconhecido”, disse ao g1 o ativista Raull Santiago, um dos que ajudaram a retirar os corpos da mata. (Foto: Reprodução)