O prefeito Samuca Silva criticou nesta quarta-feira (15) a nota emitida pela CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) e Aciap (Associação Comercial, Industrial e Agropastoril) de Volta Redonda que cobrando dele uma retratação pela declaração de que “os comerciantes estão preocupados com os lucros e não com vidas”. Em sua participação diária na crise do coronavírus no programa Dário de Paula, da Rádio Sul Fluminense, ele disse que que se referiu a “uma minoria” e reafirmou o que pensa.
“Há uma minoria que está preocupada com o seu negócio. A grande maioria está conosco. Não entendi a nota, se a carapuça serviu”, declarou Samuca, admitindo devolver os R$ 66 doados por empresas e a CDL para o Hospital de Campanha montado no Estádio Raulino de Oliveira se a intenção na iniciativa for colocada como contrapartida à reabertura do comércio. Na nota, as entidades solicitam informações sobre o Hospital de Campanha, que entraria em funcionamento no dia 31 de março, citando o valor doado.
“Se for contrapartida, eu quero devolver os recursos”, se prontificou o chefe do Executivo, acrescentando que já esperava um desgaste em razão das medidas de restrição adotada na cidade, mas ressaltando que a intenção é “preservar 350 mil pessoas que circulam na cidade”.
Ele explicou que o hospital ainda não foi aberto para não gerar custos, uma vez que, por enquanto, a rede hospitalar está dando conta de atender os casos de coronavírus na cidade. Ele convidou os empresários a visitarem o hospital montado no estádio, segundo ele, instalado também como medida preventiva.
Sobre a projeção de iniciar uma flexibilização a partir do próximo dia 27, como anunciou em sua live na tarde da terça-feira, Samuca lembrou que a prefeitura é ré numa ação judicial movida pelo Ministério Público estadual em que a Justiça estabeleceu multa superior a R$ 1 milhão para o município em caso de descumprimento das medidas tomadas para proteger a população, entre elas as restrições ao comércio. “Preciso de uma posição do Ministério Público”, frisou Samuca sobre a flexibilização.
Ele reafirmou ainda ser contrário à reabertura total neste momento. “Não podemos colocar nossa população nas ruas. Volta Redonda está entre os maiores números de casos no Brasil e no estado do Rio de Janeiro”. Mesmo assim, avaliou, a cidade está conseguindo evitar um grande contágio de idosos e tem que levar em conta o que acontece no restante do mundo: “O mundo nos em sina que muita gente vai contrair o vírus. Não podemos ter aglomerações. Doa a quem doer, temos que manter o foco na proteção das pessoas. Se as pessoas não colaborarem, não vamos conseguir ter o controle. Não vencemos nada. Estamos no início de uma guerra contra um adversário invisível”.
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