




Passar em três faculdades de medicina – dentre as quais uma federal – é motivo de comemoração dobrada para a estudante de Volta Redonda, Eduarda Andrade Reis Oliveira, de 20 anos. Moradora do bairro Belo Horizonte, a jovem foi aprovada para a UFF (Universidade Federal Fluminense), em Niterói, e para outras duas particulares em Valença e Itajubá, diante de uma série de provações em razão de um tumor de medula descoberto através de uma ressonância magnética, em 2019, chamado Ependimoma de Grau I.
Duda, como é carinhosamente chamada pelos amigos, já está curada da enfermidade e hoje ostenta com orgulho por meio de palavras as marcas dessa vitória. “Fiz apenas um ano de cursinho, mas eu estudei pensando em medicina desde os 13 anos”, destacou a jovem, que escolheu a UFF como a sua nova ‘casa’, a partir do próximo dia 3. Para Duda, o primeiro passo para aquele que deseja obter sucesso é acreditar e buscar apoio em pessoas que sonham igual e que não desistam no meio do caminho. “Procure bons cursos, aulas e professores pra te auxiliar e descubra o melhor jeito de estudar para você”, aconselhou.
Duda contou que sua trajetória começou no Centro Educacional do Retiro, onde fez o Ensino Fundamental inteiro. No Ensino Médio, foi para o IFRJ (Instituto Federal do Rio de Janeiro) e depois para o Instituto de Educação Professor Manoel Marinho, onde concluiu em 2020. “Cheguei a fazer aulas de matemática e física no DAC, em 2019, e ano passado, me dediquei inteiramente ao vestibular no curso META”, informou, acrescentando:
– Conheça a sua prova, toda prova tem um padrão de questão e fica muito mais fácil quando você descobre. Faça muitos exercícios e foque nas matérias em que você tem mais dificuldade – ressaltou.
O tumor – Mesmo diagnosticada com a doença, Duda nunca considerou outra alternativa, além de superar. “Para mim, era ‘ilógico’ que apenas um período tão curto de poucos meses pudesse parar a minha vida pra sempre. Não nego que em alguns momentos pensei que estava sonhando alto demais, que medicina não era pra mim, mas a minha rede de apoio sempre me incentivou nesses momentos pra que eu chegasse onde estou hoje”, disse.
Após a descoberta do tumor, Duda passou por laminoplastia em setembro daquele ano, feita pelos neurocirurgiões Eduardo Segurasse e Júlio Meyer. A cirurgia durou 12 horas e, em seguida, ela foi encaminhada pela oncologista Renata Sarkis para 30 sessões de radioterapia que começaram em janeiro de 2020 e terminaram em março, no Hospital Casa de Portugal. “Estou curada e faço acompanhamento com ressonância magnética e exames de sangue duas vezes por ano”, concluiu. (Fotos: Arquivo Pessoal)
