A academia onde a estudante de relações internacionais Dayane de Jesus Barbosa, de 22 anos, morreu após passar mal enquanto fazia exercícios anunciou nas redes sociais, através de um comunicado, a retomada das atividades. O caso ocorreu na última terça-feira (20), em Copacabana, na Zona Sul do Rio, mas somente na quinta (22) que ganhou repercussão nacional. A academia estava interditada desde então por suspeita de descumprir normas administrativas de socorro, já que o local não contava com desfibrilador, dispositivo médico que emite choques elétricos controlados para reanimação cardíaca.
“Voltamos com força total!”, diz o comunicado. Depois, a mensagem afirma que os responsáveis pela a academia são “obcecados por segurança no ambiente de treino” e que pedem “desculpas pela fatalidade”. A direção ainda destacou que quem discorda da postura adotada pela unidade após a morte de Dayane, seja cliente ou funcionário, pode deixar o espaço. “Mas também serviu para ver qual cliente / funcionários fecham com a empresa. Aos que trabalham na empresa como personal e discorda, cai fora… Ninguém está aqui obrigado… A empresa tem dono! Não gostou é só sair… A vida é um sopro, mas vamos vivê-la intensamente! Bom treino nesta sexta-feira!!!”, diz um trecho.
Na quarta-feira (21) a academia divulgou em seu perfil uma nota em que lamenta a morte de Dayane, informando que a unidade não abriria na quinta-feira, em respeito à memória da aluna falecida, à sua família e amigos. “E em consideração ao luto de toda a nossa comunidade, informamos que a academia permanecerá fechada”. Nesta sexta-feira a postagem não consta mais no perfil da academia. Na noite de quinta, uma hora de postar o comunicado mais recente, a empresa postou uma “nota oficial” assinada por advogados que comunicava sobre o “reestabelecimento imediato das atividades”.
Uma lei municipal do Rio aprovada em 2022 ampliou os locais obrigados a ter ao menos um desfibrilador para ajudar no socorro, incluindo as academias. A norma diz ainda que os responsáveis devem preparar as equipes para usar o equipamento. “Inicialmente, a academia lamenta, com veemência, a fatalidade ocorrida no último dia 20. Desde o ocorrido, a academia se colocou à disposição da família e dos amigos de Dayane para o que se fizesse eventualmente necessário”, diz um trecho do documento. Veja abaixo o print da publicação. A postagem foi editada em seguida e o texto publicado na íntegra pela academia já não se encontra mais visível.