Considerado um dos fotojornalistas mais consagrados no mundo, Sebastião Salgado morreu nesta sexta-feira (23) em Paris, na França. O mineiro de Aimorés tinha aos 81 anos. Sua marca eram as fotos em preto e branco, transmitindo sensibilidade. Ele fotografou em mais de 120 países, tendo projetos marcados na história da fotografia mundial, como “Trabalhadores”, “Gênesis” e “Êxodos”. Salgado era formado em economia, mas descobriu sua verdadeira paixão – a fotografia – em 1973. Em 1998, ao lado da mulher Leila, fundou o Instituto Terra, em sua luta pelo reflorestamento da Amazônia brasileira e do planeta em geral.
“A fotografia é o espelho da sociedade”, declarou ao ser premiado em Londres por sua carreira, resumindo o objetivo que buscou com meio século de trabalho, concentrado nos últimos anos na proteção da natureza. “Um fotógrafo tem o privilégio de estar onde as coisas acontecem. Em uma exposição como esta, as pessoas me dizem que sou um artista e eu digo que não, sou um fotógrafo e é um grande privilégio ser um fotógrafo. Tenho sido um emissário da sociedade da qual faço parte”.
Em 2024, anunciou sua aposentadoria do trabalho de campo. Em entrevista ao jornal The Guardian, disse que seu corpo estava sentindo “os impactos de anos de trabalho em ambientes hostis e desafiadores”. “Sei que não viverei muito mais. Mas não quero viver muito mais. Já vivi tanto e vi tantas coisas”, disse ao jornal inglês.
Salgado era embaixador da Boa Vontade do Unicef. Entre os prêmios que recebeu estão o W. Eugene Smith Memorial Fund e Medalha do Centenário e Bolsa Honorária da Royal Photographic Society. Além disso, era membro honorário estrangeiro da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos desde 1992 e da Academia de Belas-Artes de Paris pertencente ao Institut de France desde abril de 2016. Também era reconhecidamente um defensor da preservação ambiental, com seu instituto e fotografias na Amazônia. (Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil)