




A Associação dos Aposentados e Pensionistas de Volta Redonda já havia alertado, há mais de seis meses, através de uma denúncia, sobre as reclamações de segurados que resultaram na operação da Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU) para combater um esquema de descontos associativos não autorizados em aposentadores e pensões. O cálculo é que entidades investigadas tenham descontado de milhares de aposentados e pensionistas cerca de R$ 6,3 bilhões. O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi afastado da sua função.
De acordo com a APPVR, a operação poderia ter sido executada há mais tempo, já que as denúncias foram apresentadas pela instituição há meses. Para o presidente do Grupo AAPVR, Geraldo Vida, são tantas as reclamações dos aposentados que a entidade fez, pelo menos, três denúncias nas reuniões mensais com os seus associados, mostrando que até o assessor de imprensa da entidade e dono do jornal MaiorIdade, Mauro Veríssimo, teve descontos de maneira fraudulenta.
– São fraudes efetuadas por diversas associações, a maioria que os segurados nunca ouviram falar. Até contratos com assinaturas falsificadas nós apresentamos aos nossos associados, como também orientamos como proceder – lembrou Geraldo Vida. O presidente da AAPVR disse, ainda, que não basta que o ministro da Previdência, Carlos Lupi, demitir o presidente do INSS, mas, também ressarcir os segurados dos prejuízos que tiveram.
– O certo é que os aposentados e pensionistas foram lesados, muitos por vários meses seguidos. Os mais esclarecidos conseguiram ver os descontos indevidos, consultando o Meu INSS, e entraram na justiça para suspender o desconto, pedir restituição e até dono moral. Mas o que é preciso é que o INSS, por sua conta, faça o levantamento dos lesados e faça o ressarcimento a todos – completou Geraldo Vida.
Cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU cumprem 211 mandados judiciais de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe, além do Distrito Federal.
Em nota, a PF informou que as investigações identificaram a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).