




O Hospital da Fundação Oswaldo Aranha (H.FOA) concluiu a primeira turma do Curso Básico 1 de Libras, iniciativa que marca um avanço importante na promoção de acessibilidade, acolhimento e respeito à diversidade. A capacitação foi destinada a colaboradores de diferentes setores e teve como objetivo preparar as equipes para uma comunicação mais eficiente com funcionários e pacientes surdos, fortalecendo a humanização no atendimento.
A instrutora do curso, Anna Carolina dos Santos, intérprete de Libras da FOA, celebrou o encerramento da turma e destacou a importância da iniciativa. “Nós finalizamos a primeira turma do Curso Básico 1 de Libras aqui do H.FOA. O objetivo desse curso é trazer mais acessibilidade e acolhimento aos colaboradores surdos e pacientes. Queremos que nossos colaboradores saibam se comunicar e oferecer um primeiro atendimento”, explica.
Segundo ela, novas etapas já estão previstas: “Para o ano que vem, teremos as turmas de Básico 2 ao 4.” A ação nasceu da necessidade de facilitar a comunicação interna após a chegada de Ana Clara, uma colaboradora surda, à equipe do hospital. Responsável pelo projeto, Maria Clara Alves, do setor de Recursos Humanos, conta que esse encontro despertou uma reflexão importante dentro da instituição.
“A partir da integração com a colaboradora surda e fluente em Libras, percebemos a importância de facilitar sua comunicação e de pensar nos pacientes que também podem necessitar de um primeiro acolhimento. A presença de alguém com necessidades diferentes nos faz enxergar os passos que ainda podemos dar no compromisso com acessibilidade e inclusão”, afirma. A procura pelo curso superou as expectativas. Para 18 vagas disponíveis, surgiram cerca de 30 inscrições de diversos setores, incluindo áreas assistenciais e administrativas. A seleção priorizou profissionais que atuam diariamente com Ana Clara e equipes diaristas, garantindo a participação contínua nas quatro aulas realizadas.
Segundo Maria Clara, a adesão espontânea revelou um movimento de interesse genuíno dos colaboradores: “Notamos grupos aprendendo e compartilhando os primeiros sinais em Libras nos setores durante o trabalho. Foi muito bonito ver essa troca acontecendo.” Para Ana Clara, colaboradora surda do H.FOA, a realização do curso representa muito mais do que uma capacitação: é um gesto de cuidado.
“Estou muito feliz com o H.FOA promovendo o Curso Básico de Libras. Eu percebia que, em muitos hospitais, faltava acessibilidade. Agora, este é um passo muito importante que o H.FOA está dando, porque aqui, o cuidado nos une”, disse. O impacto dessa iniciativa já pode ser percebido no cotidiano do hospital. Embora o curso básico não substitua o trabalho do intérprete, ele permite que profissionais façam uma apresentação inicial, realizem perguntas simples e ofereçam um primeiro acolhimento, reduzindo tensões e fortalecendo a confiança entre usuários e equipes.
“Só o fato de saber se apresentar e fazer perguntas básicas já possibilita um primeiro atendimento e pode tranquilizar o paciente surdo em momentos de agitação por não ser compreendido”, explica Maria Clara. As próximas turmas já têm previsão. Uma nova edição do Básico I deve acontecer no primeiro trimestre de 2026, priorizando colaboradores das áreas estratégicas de atendimento e suporte, como a portaria. A turma de Básico II será formada pelos aprovados nas edições iniciais.
Com iniciativas como essa, o Hospital da FOA mostra que construir um ambiente que acolhe, respeita e integra é parte fundamental do compromisso com a inclusão e com um cuidado cada vez mais humanizado.