A família do pedreiro Alison da Silva Corrêa, de 22 anos – cuja prisão completará um mês no próximo sábado (27) – marcou para esta quinta-feira (25), às 15 horas, no Fórum, a manifestação para reivindicar sua liberação. Segundo os parentes, Alison foi preso injustamente na operação Alcateia, contra suspeitos de tráfico de drogas, realizada pela Polícia Civil no final do mês passado.
A família do rapaz, que é casado e tem um filho de 1 ano e 7 meses, alega que a polícia aponta Alison como o “Zeca” que aparece em mensagens de WhatsApp no celular de um traficante, apreendido em julho deste ano. Zeca é o apelido de Jarlan da Silva Corrêa, de 20 anos, irmão de Alisson, que naquele mesmo mês havia sido preso e, coincidentemente, foi solto por força de um habeas corpus no mesmo dia em que o pedreiro foi preso em casa, no Açude I, quando ia sair para trabalhar.
No mesmo dia, Jarlan esteve no Ministério Público para esclarecer que Zeca é o apelido dele – e não do irmão. Ele não foi ouvido, apenas o advogado que o acompanhava. A defesa do pedreiro – que não tem antecedentes criminais – teve negados dois habeas corpus apresentados a um juiz de plantão no fim de semana seguinte à sua prisão e a uma desembargadora. Ambos os magistrados preferiram não decidir a respeito por não haver, até então, manifestação do juízo da 2ª Vara Criminal de Volta Redonda, que, no último dia 18, se negou a revogar a prisão, com base na manifestação do Ministério Público.
A polícia e o MPRJ sustentam que a prisão do pedreiro de deu em investigações, citando “trabalho de campo” que levaram à sua identificação como a pessoa que trocou mensagens com o traficante. A versão é rechaçada pela mulher de Alison, Thayane Alves de Freitas Corrêa, também de 22. Ela sustenta que, no cumprimento do mandado de prisão, os policiais sequer sabiam o endereço do pedreiro.
“Eles foram cumprir o mandado na casa da mãe do Alison. Ela teve que trazer os policiais até nossa casa. Se fizeram um trabalho de campo, o mínimo que deveriam saber é onde ele mora, teriam investigado o Alison entrando e saindo de casa, indo a boca de fumo. Eles não têm nada, sequer o endereço fixo dele. É chocante, revoltante”, desabafou a mulher.
Ao jornal Extra, que publicou a história nesta quarta-feira (24), a Polícia Civil informou que “as investigações levam em conta diversas provas técnicas e não somente um fator – como apelido, por exemplo – para identificar indivíduos envolvidos em crimes”. Não foi informada, no entanto, nenhuma das “provas técnicas” que teriam embasado o pedido de prisão preventiva.