Contando apenas com pequenos e isolados apoios, um grupo de oito atletas de Karatê, de 16 a 23 anos, ligados a um projeto social de três bairros da periferia de Barra Mansa, no Sul Fluminense, tem comovido quem passa pela Praça da Matriz, no Centro da cidade. É que após os exaustivos treinos, os jovens, ligados à Academia BlackBelt Center, vão, literalmente, a outro tipo de luta: vender rifas para arrecadar recursos financeiros que possam propiciar a participação do elenco na 20ª edição do Campeonato Brasileiro de Karatê-Do Shotokan. A competição, organizada pela Japan Karate Association (JKA) do Brasil, será de 2 a 5 de maio, em Porto Alegre (RS).
“É um sonho deles. Os nossos caratecas já participaram de outras competições nacionais, inclusive vencendo e conseguindo outras boas colocações. Têm potencial. Só não têm grana suficiente para bancar uma viagem como essa para o Sul do país”, lamenta Walace Freitas, de 40 anos, dono da academia. “Sei que vamos fazer bonito lá. Podem confiar”, apela Adriel Felix, 19. “Quem nos ajudar e for sorteado na rifa, ganhará um R$ 200 em compras na loja Empório dos Grãos, especializada em alimentação saudável”, propagandeia Dyeine de Oliveira, 17.
Além da rotina de vender rifas, os jovens também têm vendido pertences pessoais – um deles conta que se desfez até de um tênis – e criaram uma “vaquinha online” (www.vakinha.com.br/vaquinha/xx-campeonato-brasileiro-de-karate-jka?) para tentarem angariar R$ 2 mil. “Batalhamos de todas as formas. Obrigado pelo apoio, mesmo que seja na torcida ou em suas orações. Combateremos um bom combate”, diz um trecho do texto nas redes sociais.
Por Francisco Edson Alves do Jornal O Dia*