Na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, um homem negro, identificado como João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi brutalmente espancado e morto por seguranças do Supermercado Carrefour em Porto Alegre. O crime foi registrado em vídeo, que circula nas redes sociais.
Nas imagens, um segurança do Carrefour e um policial militar derrubam a vítima no chão. Em seguida, um deles segura João Alberto, enquanto o outro desfere vários socos no rosto dele. O homem grita.
Uma mulher, identificada como funcionária do supermercado, também aparece na cena, assistindo as agressões. Ela ameaça a pessoa que grava o vídeo. Seu depoimento à polícia está previsto para esta sexta-feira (20). Os dois acusados estão presos por homicídio doloso – quando há intenção de matar.
Segundo a Polícia Civil, a briga teria sido motivada por um desentendimento entre João e seguranças do estabelecimento. Testemunhas disseram à corporação que ele teria feito gestos agressivos enquanto passava pelo caixa. O homem foi então conduzido para fora loja, enquanto a mulher dele seguiu finalizando as compras. No trajeto, a vítima teria dado um soco no segurança, sendo posteriormente espancada até a morte.
A rede Carrefour informou que “romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão” e desligará o funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente. A rede também disse que “lamenta profundamente o caso e providenciará o “suporte necessário” à família da vítima.
Não é a primeira vez que o Grupo Carrefour protagoniza uma história de agressão. Em dezembro de 2018, outro segurança do supermercado, que trabalhava em uma loja em Osasco (SP), confessou ter envenenado um cachorro e, depois, o espancou até a morte. Meses depois, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) estipulou que o Carrefour deveria pagar R$ 1 milhão em razão dos maus-tratos cometidos pelo funcionário. O fato gerou grande mobilização nas redes sociais.
Em agosto deste ano, um homem teve um mal súbito e morreu no interior da loja do Carrefour no Recife. Para manter o estabelecimento aberto, funcionários bloquearam o acesso visual ao corpo com tapumes e guarda-sóis. O caso também gerou revolta na internet.