A Câmara Municipal de Volta Redonda (CMVR) pode ter dias turbulentos pela frente. Após a prisão do vereador Paulinho do Raio-X, e da suspeita de outros dois vereadores supostamente envolvidos em uma suposta cobrança de propina contra o prefeito Samuca Silva, os parlamentares podem pedir a cassação do mandato de Paulinho.
Caso um processo seja aberto e os vereadores votem pela cassação de Paulinho, Marcelo Moreira – hoje suplente – pode sentar na cadeira de Paulinho até o fim do ano.
O caso
O vereador Paulo César Lima da Silva (MDB), o Paulinho do Raio-X, de Volta Redonda, foi preso em flagrante no momento em que receberia R$ 325 mil, supostamente para evitar o impeachment do prefeito Samuca Silva, que denunciou a cobrança de propina. O vereador estava em um carro alugado com placa adulterada. A prisão foi realizada neste sábado pela Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), por meio da Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (CIAF), e o Ministério Público Estadual (MP-RJ), por meio do Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral da Justiça (GAOCRIM).
A Polícia Civil e o MP apuram a denúncia de que três vereadores teriam cobrado uma quantia em dinheiro, mais um valor a ser pago mensalmente para evitar o impeachment. Os agentes foram informados pelo prefeito Samuca Silva sobre a proposta, feita na semana passada, após ter conseguido gravar o pedido. A prisão foi feita numa sala comercial, em Volta Redonda, no momento em que o prefeito entregava a quantia em espécie.
— Ele foi preso numa sala comercial em um shopping. Foi o próprio vereador que marcou com o prefeito para que fosse feito a entrega da quantia solicitada para tentar embarreirar e não fazer carga no impeachment do prefeito — disse a Delegada Ana Paula Costa Marques Faria, titular da Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro.
As gravações, além de anotações de valores realizadas pelo vereador, entre outras provas coletas estão sendo analisadas. Paulinho do Raio-X foi autuado em flagrante pelos crimes de corrupção passiva e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
Em nota, Samuca Silva, disse ser a primeira vez que sofre uma “tentativa de extorsão dessa natureza”. Ele denunciou a ação ao MP e à Polícia Civil, que montaram o flagrante no qual participou.
“Quem me conhece sabe que não tenho desvios de conduta, nem na minha profissão de contador e auditor, nem na política e sabe que não aceito qualquer tipo de vantagem. Estou muito tranquilo e seguro, pois trabalho com os preceitos da ética, transparência e, sobretudo, respeito ao dinheiro público e ao cidadão de Volta Redonda. Na condição de prefeito, é a primeira vez que sofro uma tentativa de extorsão dessa natureza”.
O INFORMACIDADE tentou fazer contato com a defesa de Paulinho, mas não obteve retorno.