Cerca de 200 alunos matriculados no curso básico de Libras (Língua Brasileira de Sinais) oferecido pela prefeitura de Volta Redonda, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, participam da aula inaugural, esta semana, no auditório do Palácio 17 de Julho. Os estudantes serão divididos em cinco turmas. Três terão aulas no período da tarde e duas pela manhã. O curso, que começa na próxima semana, terá duração de cinco meses com duas horas de aula por semana e será ministrado no UGB (Centro Universitário Geraldo Di Biase), no Aterrado.
As turmas que vão estudar à tarde conheceram os professores e o conteúdo do curso na quarta-feira (23). Eles foram recebidos pelo secretário municipal da Pessoa com Deficiência, o pastor Washington Uchôa; pela coordenadora do curso de Libras, Eliete Guimarães Vasques; e pelos professores João Paulo de Araújo Delgado e Juliene Cristina de Oliveira Brizola.
“Em menos de um ano de criação, a secretaria soma conquistas como a implantação do curso superior de Administração adaptado para pessoas com deficiência e a contratação de deficientes para atuar na digitalização de documentos do arquivo da prefeitura”, contou o secretário da Pessoa com Deficiência, Pastor Washington Uchoa.
Ele afirmou que as ações da secretaria são pautadas na promoção de oportunidades. “Inserção no mercado de trabalho, acesso à educação e aos serviços como o de Saúde e à Justiça, por exemplo, e o curso de Libras é fundamental para que isso aconteça, pois permite a comunicação”, acrescentou o secretário.
Usando a linguagem de sinais, os professores Juliene e João Paulo também falaram com a turma e mostraram para os alunos como se sentem quando estão em uma sala de aula com professores ouvintes. “Vocês não terão intérpretes, no início será meio desesperador”, brincou João Paulo, alertando que é preciso dedicação para concluir o curso com sucesso.
Juliene pediu que os alunos não desistam na primeira dificuldade e garantiu que todos podem aprender. “É necessário deixar a vergonha em casa. Para se tornar um bom intérprete tem que caprichar nas expressões para passar sentimentos”, falou.
A coordenadora do curso, Eliete Vasques, ressaltou que a divulgação da Língua Brasileira de Sinais na sociedade é muito importante para garantir a acessibilidade do surdo, mas também pode gerar oportunidade para o ouvinte. “A fluência em Libras pode ampliar a chance de ingressar no mercado de trabalho, em qualquer área, e ainda é possível se dedicar à profissão de intérprete”, destacou.
Entre os alunos estão Lilian Manso da Silva, que atua na área de Recursos Humanos em uma empresa privada, e a balconista Patrícia Costa. “Além de trabalhar com Recursos Humanos, faço um curso de gestão na área, e sei que a comunicação é fundamental para a inclusão”, disse Lilian. Já Patrícia contou que tem contato com a língua de sinais na igreja que frequenta, mas um cliente surdo a fez ver a real importância de aprender Libras. (Foto: Cris Oliveira)