O Instituto do Câncer do Ceará (ICC) comemorou nesta terça-feira (1) o primeiro ano de gestão do Hospital Santa Cecília, em Volta Redonda. Em meio à pandemia de Covid-19, a comemoração não teve convidados, ficando limitada a um encontro virtual com a direção da instituição em Fortaleza.
Em seguida, com a presença do bispo da Diocese Barra do Piraí-Volta Redonda, Dom Luiz Henrique, e do padre Silvio Rafael Juliano, a direção e funcionários recepcionaram a imagem de Santa Cecília, que voltou para o hospital depois de ter sido levada para a Igreja de Santa Cecília, também na Vila. O pedido foi feito por um morador vizinho ao hospital e foi atendido.
“Falar em um ano dá uma dimensão pequena dos muitos desafios e muitas conquistas, por isso preferimos falar em 365 dias”, afirmou a diretora-executiva do hospital Júlia Vieira, atribuindo os resultados a um time engajado, com muita vontade, como frisou, de fazer dar tudo certo. “Nesta comemoração há uma mistura de gratidão e superação”, acrescentou Júlia, se referindo ao desafio de assumir a condução de um hospital de grande porte durante a pandemia.
Desafio, segundo ela, potencializado pelo fato de não ter havido uma transição adequada. “Tivemos somente dez dias para conhecer a operação do hospital e treinar colaboradores, o que, devido também à pandemia, tivemos que fazer em grupos bem reduzidos para não haver aglomeração. Não ter tido uma transição de verdade nos levou a uma forma de atuação mais cautelosa”, destacou a diretora, admitindo um temor inicial pela falta de acesso às informações. “Mas tudo foi minimizado pela força de vontade dos que estavam aqui”, ressaltou.
Júlia, que está há oito anos no ICC, conta o seu próprio exemplo. Ela se mudou para Volta Redonda em fevereiro do ano passado, mas só conseguiu entrar no hospital pouco mais de uma semana antes de o instituto assumir a administração: “A falta de informações era o maior receio, mas houve uma virada [de gestão] sem que os pacientes percebessem”.
INVESTIMENTOS – Neste primeiro ano, os investimentos no hospital – sobretudo em equipamentos, como mamógrafo, ultrassom e outros – giraram em torno de R$ 5 milhões. De acordo com Júlia, foi necessário priorizar este tipo de investimento porque o hospital foi encontrado em condições diferentes das que eram esperadas. “Viemos com um plano de investimento mais agressivo, esperando encontrar realmente um hospital moderno e equipado. Mas tivemos que dar dois passos atrás para dar um para a frente. Fizemos muitas ações que o paciente não percebe, priorizando investimentos internos que aumentam a segurança deles”.
No período, houve também o aumento do número de funcionários, que passou de 500 para 600, fora os 250 médicos que formam o corpo clínico.
Ao avaliar o primeiro ano – ou os primeiros 365 dias, como frisou, a diretora apontou também a adaptação do instituto à realidade local, com o realinhamento de propósitos e de condutas: “Não temos problema nenhum em readequar ou redefinir modelos”.
Os planos do ICC para o Hospital Santa Cecília, segundo Júlia, incluem agora expansão de hotelaria (atualmente são 140 leitos) e projetos de pesquisa clínicas e residência médica.
“Neste momento desejamos também fazer um agradecimento à cidade, pela forma como fomos acolhidos, pela confiança que a cidade nos deu mesmo num momento de muitas incertezas”, finalizou Júlia Vieira.