O MPRJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e a Polícia Civil, comandado pelo delegado Ronaldo Aparecido, deflagaram na manhã desta quinta-feira, dia 16, a Operação Horse, para combater o tráfico na região. Foram presas 56 pessoas por suspeita de tráfico, entre elas uma mulher grávida. Elas foram levadas para o Parque da Cidade, que fica perto da Delegacia de Barra Mansa. Durante a operação, três pessoas foram autuadas em flagrante por tráfico de drogas, quando os policiais estavam num condomínio, no Roma, cumprindo os mandados de prisão e de busca e apreensão.
Segundo o delegado Ronaldo Aparecido, que comandou a operação, houve troca de tiros com os policiais no Roma e 12 pessoas conseguiram fugir para uma área de mata, carregando em suas mochilas armas e drogas.
O total de presos na operação chega a 78. Isto porque desde o início da investigação, há 14 meses, já tinham sido presos 22 suspeitos.
Os agentes pretendem cumprir 72 mandados de prisão preventiva e 122 mandados de busca e apreensão contra denunciados pelo MPRJ à Justiça por tráfico e associação para o tráfico. A operação está sendo realizada também em Volta Redonda, Pinheiral, Barra do Piraí e Valença,mas o principal alvo é Barra Mansa.
A ação conta com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) do Ministério Público fluminense. Ao todo 60 agentes participam da operação.
O monitoramento das comunicações telefônicas com autorização judicial permitiu evidenciar a estrutura de uma sólida associação dedicada ao tráfico de drogas. As denúncias – foram sete ao todo – narram os diferentes núcleos de atuação ligados a diversos bairros de Barra Mansa e em cidades da região como Valença, Volta Redonda e Pinheiral.
Por conta da complexa estrutura e elevado número de denunciados, a investigação foi dividida em três núcleos de denunciados: o primeiro relativo à origem da droga; o segundo tem por base os traficantes receptores de drogas; e a terceira investigação tratou do tráfico em algumas localidades específicas. Para se ter uma ideia da área abrangida, os denunciados dominavam o tráfico em pelo menos dez bairros de Barra Mansa (Ano Bom, Loteamento, São Luiz, Vila Delgado, Eduardo Junqueira, Jardim América, Nova Independência, Monte Cristo, Goiabal e Vila Brígida) e quatro em Volta Redonda (Candelária, Vila Rica, Belo Horizonte e Três Poços), além de localidades em Pinheiral e Valença.
No primeiro núcleo, apurou-se que Jean De Souza Mendes, vulgo Paulista, era o principal fornecedor de drogas para diversos traficantes de cidades do Sul Fluminense. Ele adquiria os entorpecentes em São Paulo junto à facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e levava ao Rio, para traficantes como Gledson José Ribeiro Nunes, vulgo Chuchu, Sérgio Moreira Dos Reis, vulgo Alemão, Luis Fernando Xavier, vulgo Dadal, entre outros.
No segundo, a investigação verificou que Fabiano da Silva Melo, vulgo Mineiro, oriundo de Minas Gerais, era outro fornecedor de drogas para traficantes de Barra Mansa. Ele trazia as drogas de Juiz de Fora, onde residia. Entre os responsáveis por receber e intermediar as transações de droga de Fabiano aparece Rivaldo da Silva Barros. Outra denunciada importante é Maria Madalena de Carvalho Marques, que operava o tráfico sob a coordenação de seu irmão, Claudinei de Carvalho, já preso.
No terceiro núcleo de denunciados estão outros responsáveis pelo tráfico em bairros de Volta Redonda e Barra Mansa. Neste grupo aparecem Kelvinton Idalino Bernardes Paulo, vulgo Kekel, Regis Nunes Marques, vulgo Arroz, Moises Rocha, vulgo Boi, Luís Silva, vulgo Gianecchini, e Adriano Sebastião Dos Santos Prudêncio, vulgo Japa, entre outros.
Durante os 13 meses da investigação, em razão das interceptações telefônicas realizadas, houve a prisão de 22 pessoas, em 15 autos de prisão em flagrante, além de apreensão de grandes quantidades de droga. O trabalho também contribuiu para a elucidação da autoria de dois homicídios praticados em razão de disputas de território entre traficantes. O alto índice de mortalidade entre os envolvidos com o tráfico de drogas também revela-se no número de investigados mortos no curso da investigação: foram 12 pessoas antes da denúncia ser oferecida à Justiça.
A operação desta quinta-feira é um desmembramento da Operação Adren, que resultou na condenação de diversos criminosos nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Além dos pedidos de prisão preventiva e busca e apreensão, o MPRJ requisitou ainda o sequestro de bens e valores dos principais denunciados.