A Secretaria de Estado de Polícia Civil, por meio do Instituto de Pesquisa e Perícias em Genética Forense (IPPGF), está realizando esta semana um mutirão para coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas. Na região, os postos de coleta estão funcionando em Volta Redonda – no PRPTC (Posto Regional de Polícia Técnica e Científica), na Avenida Paulo Erlei Abrantes, em Três Poços – e Angra dos Reis, no PRPTC localizado no km 504 da BR-101 (Rodovia Rio-Santos), no Bracuí.
A expectativa é mais que dobrar o banco de perfis genéticos do Rio de Janeiro voltado para a busca de desaparecidos, que hoje conta com 1.280 amostras. O trabalho faz parte de uma campanha nacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Podem participar da campanha pais, filhos e irmãos de mesmos pai e mãe de desaparecidos. As coletas tiveram início ontem (14) e vão até a próxima sexta-feira (18). Ao todo, são 13 postos de coleta no estado.
O processo é bem simples, feito com um swab oral (semelhante a um “cotonete” gigante) na parte de dentro da bochecha. Não é feita coleta de sangue. O segue os protocolos de segurança adotados por conta da pandemia de Covid-19. Além disso, há cabines individuais, respeitando a privacidade das pessoas. O banco de perfis genéticos do IPPGF existe desde 2012 e é uma referência no Brasil. Foi no banco fluminense que ocorreu, em 2013, o primeiro “match” do país, ou seja, a primeira vez em que um material genético coletado ajudou a identificar um corpo como sendo o de uma pessoa desaparecida.
Toda vez que há um corpo não identificado, o seu DNA é comparado aos perfis genéticos que estão no banco. Isso permite chegar à identidade da pessoa falecida e ajudar a família a entender o que aconteceu com ela. Esse levantamento não fica restrito às amostras coletadas no Rio de Janeiro, pois há uma rede nacional integrada de bancos de perfis genéticos. Com a campanha, mais famílias poderão ser beneficiadas pelo trabalho do IPPGF e de seus parceiros em outros estados. Em geral, as coletas são feitas por recomendação das delegacias, após o registro de desaparecimento. Para a campanha, porém, isso não será obrigatório.
Qualquer pessoa com um familiar desaparecido pode procurar os postos. Neles, há policiais civis fazendo o acolhimento e, se o registro ainda não tiver sido feito, os agentes auxiliarão encaminhando as pessoas às delegacias mais próximas.