Um dia depois de viver a alegria da conclusão do Curso de Formação de Soldado da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Diego Lemos Silva de Oliveira, de 32 anos, morador de Volta Redonda, teve uma surpresa desagradável. Em duas redes sociais, foram compartilhadas mensagens associando-o ao tráfico de drogas.
“Nota: A PMERJ respira por aparelhos, hj estão se formando 393 Policiais Militares sendo que 380 desses estão se formando por liminar, isso mesmo eu disse 380 por liminar, somente 13 cumpriram todos os requisitos para poderem se formar ou seja, esta turma pode ser composta no futuro por apenas 13 Policiais” – diz o texto que, logo em seguida, com a foto de Diego, acrescenta: “Foi gerente do tráfico no Açude e no Vale Verde se formou hj por força de liminar”.
Compartilhada em outra rede social, a publicação rapidamente se espalhou, inclusive em grupos de alunos do Curso de Formação de Soldados da PM. “O juiz que deu esta liminar deveria ficar eternamente responsável por esse vagabundo, pra no dia em que acontecer merda a PM não ser responsabilizada por essa cagada”, comentou uma pessoa num grupo de Angra dos Reis.
Diego registrou, na segunda-feira (01), um boletim de ocorrência na delegacia de polícia de Resende. No documento, ele informou que a postagem original foi feita por um suposto policial militar que seria de Itaperuna, no Noroeste Fluminense. Ele também fez um registro na Corregedoria da PM. O próximo passo, ele informou, será um boletim de ocorrência na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática. O policial diz que, como é de praxe na corporação, passou pela pesquisa social da PM, e nada foi encontrado que desabone sua conduta.
– O próprio escrivão da delegacia verificou a pesquisa social feita pela P2 (Serviço Reservado da PM), onde não consta nada – ressaltou Diego. Segundo ele, o único problema que enfrentou foi uma acusação de desacato quando estava servindo o Exército, que já transitou em julgado, sendo extinta a punibilidade.
Diego diz que a fake news o abalou tanto quanto sua família. “Estou sendo mal visto até na rua”, contou Diego, que é casado e tem um filho de 8 anos. “Isso é covardia contra mim de alguém recalcado por eu ter me formado na Polícia Militar”, acrescentou.
O PM ainda não está lotado em nenhum batalhão. “Participei o ocorrido também ao comando da Polícia Militar. Estou à disposição para ser investigado, porque estou muito tranquilo”, prosseguiu.
Diego contou também que a foto usada na publicação foi tirada no dia da formatura, na última sexta-feira, e publicada por sua esposa numa rede social. – Nunca tive registro de ocorrência relacionado a tráfico de drogas e nem nada próximo disso, aliás, nunca tive problema algum – assegurou o policial.
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