Suspeito de tentar extorquir em R$ 325 mil o prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, para evitar o impeachment do chefe do Executivo, bem como para não apresentar novos requerimentos neste sentido na Câmara de Volta Redonda, o vereador Paulinho do Raio-X, indiciado por corrupção passiva e adulteração de sinal identificador de veículo (ele usava um carro alugado com placa adulterada), foi indiciado em pelo menos outros dois crimes: resistência e ameaça.
A informação foi dada ao repórter Fernando Pedrosa pela delegada Ana Paula Marques Costa Faria, da Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (Ciaf), da Polícia Civil do Rio. Ela coordenou a ação que resultou na prisão em flagrante do vereador de Volta Redonda, na manhã de sábado (7), na sala comercial de um shopping na Vila Santa Cecília, quando, segundo a polícia e o Ministério Público do Estado do Rio de janeiro (MPRJ), o parlamentar esperava receber a quantia que exigia do prefeito.
Samuca foi ao local que, segundo as investigações, teria sido determinado pelo vereador para receber o dinheiro. Ele, no entanto, não tinha na mochila o valor total exigido, tendo apenas parte para configurar o flagrante. Foi o prefeito que procurou o MPRJ para denunciar o crime, de acordo com o que foi divulgado tanto pelo órgão quanto pela Polícia Civil.
“Ele ficou muito agressivo quando foi anunciada sua prisão em flagrante”, disse a delegada. “Ameaçou os agentes e teve que ser contido. Prometeu que iria atrás deles, pois eles não sabiam com quem estavam se metendo”, acrescentou Ana Paula.
A delegada confirmou ainda que a prisão em flagrante do vereador foi transformada em preventiva neste domingo (8), durante audiência de custódia realizada numa unidade da Polícia Civil em Benfica, na cidade do Rio de Janeiro. O local é destinado a presos com foro privilegiado, como é o caso de vereador de Volta Redonda. No entanto, não se sabia, até o momento desta publicação, se o vereador permanecia em Benfica, após a audiência de custódia.
Ana Paula disse também que, por questões de sigilo nas investigações, não poderia informar os nomes de outros dois vereadores de Volta Redonda suspeitos de terem participado do caso. Mas garantiu: “Haverá desdobramentos”.